Arquétipos de Marca e o grande erro que cometem ao falar deles

Você com certeza já deve ter ouvido falar que Carl G. Jung foi quem inventou os Arquétipos de Marca. Eu já ouvi isso inclusive de gente que trabalha com esse sistema. Mas será que foi ele quem criou esse sistema que utilizamos no Branding?

O termo arquétipo deriva do latim (archetypum) e do grego (archétypon). A primeira parte da palavra “arche” significa primeiro, origem e “týpos” – padrão, modelo, tipo. Refere-se, portanto, a origem de um padrão. De acordo com Jung são “imagens primordiais, são o conjunto de memórias da humanidade que determinam padrões que conduzem nosso comportamento. Ou seja, são ideias universais que fazem com que pessoas do mundo inteiro, independente da cultura, interpretem alguns símbolos da mesma forma.

Eu gosto de chamar de “essência da humanidade”, que era a forma que alguns filósofos também enxergavam. Filósofos, Day? Sim, a origem dessa ideia, não do termo em si, datam de Platão, e de lá para cá já foi observada e utilizada por muita gente, mas esse é um assunto para um outro momento. Porque eu quero que você entenda como isso chegou ao Branding e ao Posicionamento de empresas.

Os 12 Arquétipos de Marca

Os 12 Arquétipos difundidos na área de Branding e Marketing, através do livro “O herói e o fora da lei”, surge de um sistema criado pela Dra. Carol Pearson e pela sua coautora Margareth Mark. As autoras utilizaram como base para criação dessa metodologia estudo de vários autores e em especial os de Carl Gustav Jung, Psiquiatra Suíço fundador da Psicologia Analítica; de Joseph John Campbell,  Pesquisador de Mitos e; de Abraham Harold Maslow, Psicólogo conhecido pela proposta da Hierarquia de necessidades Humanas.

Conheça quais são os 12 arquétipos, da forma que foi apresentado no livro citado, e outros nomes atribuídos a cada um deles em outros trabalhos da Dra. Pearson:

  1. Inocente ou Idealista;
  2. Explorador;
  3. Sábio;
  4. Herói ou Guerreiro;
  5. Rebelde ou Fora da lei
  6. Mago;
  7. Amante;
  8. Cara Comum, Órfão, Cidadão ou Realista;
  9. Bobo da Corte ou Performático;
  10. Prestativo ou Cuidador;
  11. Criador
  12. Governante ou Soberana.

Acima eu coloquei apenas algumas variações dos nomes atribuídos a cada um dos 12 Arquétipos, mas há inúmeros sinônimos que podem ser utilizados. Isso porque o que importa não é o nome que atribuímos a cada arquétipo, mas sim o sentimento, a energia, a ideia universal que cada um expressa.

Os Arquétipos acima são divididos em 4 grupos, cada um com 3 arquétipos. Cada grupo arquetípico atende a uma necessidade humana, responde a uma motivação, e é aqui que mora o poder dessa metodologia. Vamos entender melhor cada grupo.

As 4 motivações humanas

Compreender a necessidade que sua marca supre, o motivo dela existir, e conectar isso ao que seus clientes buscam torna o processo de construção da sua marca em algo mais simples e assertivo. Isso porque você irá atingir a camada das emoções, do inconsciente desse cliente. Nessa divisão vemos de forma mais presente a teoria da hierarquia de necessidades de Maslow. Veja as 4 motivações de cada um dos grupos arquetípicos:

  1. Estabilidade e Controle: Este grupo busca segurança e é composto pelo arquétipo do Criador, que busca inovação e originalidade; do Prestativo, que busca estabilidade ao ajudar os outros; e do Governante, que busca estabilidade e controle através da liderança.
  2. Pertencimento e Prazer: neste segundo temos a busca pelo pertencimento e pelo prazer. Faz parte dele o Bobo da Corte, que busca este pertencimento e prazer através do humor; o Cidadão, que valoriza a comunidade e a lealdade; e o Amante, que busca o prazer, a sensualidade, a paixão.
  3. Risco e Habilidade: Este grupo de arquétipos busca estima e autoestima. Nele temos o Herói, que valoriza a coragem e a determinação; o Rebelde, que busca risco através da desobediência às normas; e o Mago, que busca criar experiências únicas e misteriosas1.
  4. Independência e Satisfação: no quarto temos a busca pela autorrealização, é o topo da pirâmide. Composto pelo Inocente que busca a felicidade e a simplicidade; o Explorador procura viver de forma livre e mais autêntica e; o Sábio que deseja a sabedoria, está em busca da verdade que o fará compreender o mundo.

As 4 motivações apresentadas ajudam a moldar a personalidade de uma marca e a forma como ela se comunica com seu público e o desejo mais básico que ele possui. Ao entender o que motiva o cliente a agir as marcas podem criar uma identidade mais forte, uma conexão mais profunda com seus clientes, utilizar os arquétipos como a ponte que intermedia o produto e o desejo que o cliente quer suprir e construir uma relação de longo prazo cheia de significados.

E, você já conhecia a origem dos Arquétipos? Já ouviu falar que os 12 Arquétipos de Marca foram criados por Jung? Me conta aqui nos comentários que eu quero saber.

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